23.7.06

Ser.

" De que me adianta fugir ? Melhor seguir até encontrar As
coisas todas que eu tô afim.
Eu danço bem e não vou parar
De arriscar o melhor de
mim..."
(Marina Lima)
O recomeço pifou. Parou bem ali, no inicinho, naquele caminhozinho escuro de onde não se pode ver o que vai acontecer.
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Está lá, estragado. Bem paradinho, sem esperanças para seguir em frente.
Vá lá, cheque. Confirme. Meu recomeço ficou no começo.
Não era essa a intenção, mas aquele cara me parou. Me parou com aqueles braços que me cravam os desejos, com aquelas frases repetidas, com aquela voz que me faz falta de madrugada, com aquela esperança de fazer e acontecer de novo.
Foi ele que me parou, e ele é o assassino do meu recomeço. Daquilo que eu precisava, e preciso. Ainda preciso, oras! Claro que preciso! Mas não quero.
Quero ficar aqui, sentada, deitada. Parada. Quero parar e, quem sabe?!, só então vou poder começar.
(Re)começar?
Não quero a mesma história, eu quero um começo, um meio bem longo e um final feliz. A história não quer mudar. É aquele mesmo cara, dos braços que me envolveram, que me envolvem (em mente), que me despedaçam em pedaços miúdos de prazer, de lembrar.
Se fosse fácil, tudo bem. Mas cansa.(E como cansa...).
Pensar assim, sem viver.
Sentir assim, sem ter.
Pensar assim, sem ter.
Sentir assim, sem viver.
É bem difícil, e não compensa. (Pelo menos não agora.). E sabe aquela vontadezinha de saber o que vai acontecer? De saber se ainda vai acontecer? Se o cara dos braços e dos desejos, e dos prazeres, e dos cortes, e da falta, e da voz...Será que esse cara ainda vai acontecer em mim?
Eita, falta danada que faz essa sabedoria de viver os momentos!
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Ando precisada das exclamações da vida. Tão banal, tão mesmo o que eu vivo.
Preciso dele, para ser igual e fazer diferente.
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É isso.