É difícil ser.
E não fosse somente difícil ser, é ruim ser. E ser diferente ainda é pior.
-Não estou falando de usar diferente. De falar diferente. De comer diferente.
Eu falo de SER. E ser, por si só, já é muito difícil. Achar sua própria personalidade não é das tarefas mais simples.(Bem se vê que algumas pessoas passam a vida toda sendo outras, ou desejando ser.) Mas, também não é disso que eu estou falando. (Nesse caso não é difícil ser, já que não se é, se copia e ilude).
Eu quero falar de ser, e ser diferente. E o diferente que está dentro, e não fora. Se não bastassem as confusões internas,a gente ter de se explicar, se apoiar na fragilidade interior para resistir a exterioridade das pessoas.
Não é fácil. Não é bom. E não é vida, definitivamente não.
Eu falo de resistência e de transparência. Eu falo de sentir a vida, e não a regra social de vida. Eu falo de manter equilíbrios entre o que se DEVE SER e o que SE É. E quer saber?! Não é fácil.
Não é fácil primeiro porque as pessoas não conseguem te enxergar. Elas transformam o seu de melhor em pior. E o pior é muito pior sabendo que é tudo o que se tem a oferecer.
No meu caso, e tão só exclusivamente no meu caso, sentir. Sentir tudo o que vive e o que projeta viver. Sentir tudo. As responsabilidades, inclusive. E sentir também a dor de não conseguir mostrar que as regras funcionam, sim...mas que viver fora das regras não quer dizer ser errado, ou que vá dar errado.
Acaba que se vive em um mundo de palcos, os quais são as diversas situações da vida e de platéias, as quais são as pessoas que projetam em você seus próprios sonhos, suas próprias vontades. E não é que isso seja errado, na verdade isso é ser humano. Mas, não é viver. É responsabilizar o outro por seus próprios desejos. Humano. E ser humano é ser errado e ainda assim, sempre perdoável.
Acontece que dói. E doer não é ruim, e não é bom também. É injusto, isso sempre...(e sempre, nesse caso. Porque dói não naquele que projeta, mas no que é projetado!) E aí está a grande injustiça.
O projetado se submite a isso porque é regra social de vida. E só por isso. Não quer dizer que seja o ideal, e não quer dizer que o projetado não tenha seus próprios desejos. E é ali mesmo que dói.
Os desejos vão ficando para depois, para mais tarde, para amanhã.
Os desejos ficam para os filhos.E, enfim, a regra e ordem social muda. Os projetados se transformam em projetos de felicidade e os filhos deles se tranformam na tentativa.
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Bom, não é fácil ser. Nem projeto, nem projetado, nem projetador.
Por enquanto sou projeto de alguéns, projetado porque já sou eu quem tenho que viver para alcançar esse projeto e não quero ser projetador de ninguéns, a não ser de mim mesma e da minha imensidão de "ser".
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