30.7.06

Não saber SER.

"Os teus atos, e não os teus conhecimentos, é que determinam o teu valor "
Fitche

Não saber e ser. Eu tenho medo disso e assumo. Mas, assumo mesmo, de peito estufado, de alma lavada. Lavada não, alma suja, cheia de ciscos e imperfeições do sentir, mas com a alma inteira, eu assumo. Morro de medo!

Pense duas vezes, eu estou falando sério. Nada é mais assustador, mais apavorante e estremecedor do que ser alguma coisa que não se define. Não é bom, nem é ruim, muito menos é médio. Começa a ficar com medo dos extremos...ser demais é sempre ruim.

E não tá bom. Hoje não tá bom e ontem..., ontem..., eu nem sei mais de ontem. (É esquisito saber de ontem o mesmo que se sabe de amanhã!).

Eu não sei de mim não sei dos outros e também não sei do cara dos braços que putaquepareo²!

Maré puxando, um braço puxando, uma palavra fixando com cola barata! Não gruda, não cola...mas suja, e ainda faz mal para a pele!

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Não era para ele, mas sempre acaba lá, do lado, nele.E o pior é que ele está embaixo, ou melhor, abaixo...pertinho do chão mesmo.

Aquelas patas...ai, meu Deus! Aquelas patas...

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"I know who you are BUT I'm with you"

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Um post para sujar o BLOG.

29.7.06

O que ninguém quer: SER.



"A solidão é o império da
consciência "
Bécquer
Não é assim, não! Não se reconhece a solidão no início, quando está para entrar, bem ali, batendo na porta...Só se percebe no meio, ou logo no fim.
Então, ver quando ela está espalhada no sofá da sala, na nossa cama, em cima do NOSSO travesseiro não é bom, e se perder nessa lacuna é ainda pior. Mas, e o que está dentro?
E o amor, e a experiência...e VIVER?!
Viver solidão ensina.
E machuca, e dói também. Mas é importante que ensine. (Eu não prometo que da próxima vez vá dar certo...).
Solidão não é, de fato, ruim. É se descobrir, ver as fraquezas e se provar melhor.(Eu não disse que ia ser fácil...).
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Pessoas incrivelmente especiais, irmãs, mães, amigas, criadoras, exemplo de ser...e um monte mais: Solidão não mata e não é eterna. É estado de espírito, nosso ou dos outros. Causa ou consequência. Pode ser o que for, e dói como for. Mas, passa, mas, deixa.
Deixa estar e deixa ser, que passa. E deixe passar e deixa ser, que a solidão deixa, e não é pouco aquilo que deixa.
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E vive, vive que só. Vive que há o melhor, e que há de ver o amor que persiste e vive.
(Ele, o amor, não parou no meio do caminho e não ficou lá na porta quando a solidão entrou...ele também está espalhado no chão, no sofá...e está escondidinho debaixo do cobertor, em cima da cama e encostado no travesseiro...descansando um pouco, para recuperar a tez...).
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E vamos falar:"Ai, que delíííííííííícia ser feliz!"
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[[[Para a Pat...
Exemplo para mim e para um monte de gente, para a Pat que encanta e que ilumina...(e essa genética que passa a luz...ai meu Deus!)
Te adoro, Pat! Muito mesmo!]]]

27.7.06

É difícil ser.

E não fosse somente difícil ser, é ruim ser. E ser diferente ainda é pior.
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Não estou falando de usar diferente. De falar diferente. De comer diferente.
Eu falo de SER. E ser, por si só, já é muito difícil. Achar sua própria personalidade não é das tarefas mais simples.(Bem se vê que algumas pessoas passam a vida toda sendo outras, ou desejando ser.) Mas, também não é disso que eu estou falando. (Nesse caso não é difícil ser, já que não se é, se copia e ilude).
Eu quero falar de ser, e ser diferente. E o diferente que está dentro, e não fora. Se não bastassem as confusões internas,a gente ter de se explicar, se apoiar na fragilidade interior para resistir a exterioridade das pessoas.
Não é fácil. Não é bom. E não é vida, definitivamente não.
Eu falo de resistência e de transparência. Eu falo de sentir a vida, e não a regra social de vida. Eu falo de manter equilíbrios entre o que se DEVE SER e o que SE É. E quer saber?! Não é fácil.
Não é fácil primeiro porque as pessoas não conseguem te enxergar. Elas transformam o seu de melhor em pior. E o pior é muito pior sabendo que é tudo o que se tem a oferecer.
No meu caso, e tão só exclusivamente no meu caso, sentir. Sentir tudo o que vive e o que projeta viver. Sentir tudo. As responsabilidades, inclusive. E sentir também a dor de não conseguir mostrar que as regras funcionam, sim...mas que viver fora das regras não quer dizer ser errado, ou que vá dar errado.
Acaba que se vive em um mundo de palcos, os quais são as diversas situações da vida e de platéias, as quais são as pessoas que projetam em você seus próprios sonhos, suas próprias vontades. E não é que isso seja errado, na verdade isso é ser humano. Mas, não é viver. É responsabilizar o outro por seus próprios desejos. Humano. E ser humano é ser errado e ainda assim, sempre perdoável.
Acontece que dói. E doer não é ruim, e não é bom também. É injusto, isso sempre...(e sempre, nesse caso. Porque dói não naquele que projeta, mas no que é projetado!) E aí está a grande injustiça.
O projetado se submite a isso porque é regra social de vida. E só por isso. Não quer dizer que seja o ideal, e não quer dizer que o projetado não tenha seus próprios desejos. E é ali mesmo que dói.
Os desejos vão ficando para depois, para mais tarde, para amanhã.
Os desejos ficam para os filhos.E, enfim, a regra e ordem social muda. Os projetados se transformam em projetos de felicidade e os filhos deles se tranformam na tentativa.
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Bom, não é fácil ser. Nem projeto, nem projetado, nem projetador.
Por enquanto sou projeto de alguéns, projetado porque já sou eu quem tenho que viver para alcançar esse projeto e não quero ser projetador de ninguéns, a não ser de mim mesma e da minha imensidão de "ser".

25.7.06

Ser, e não ver.


Mas eu não te amo.
Não ainda. Não quem sabe... Não agora.
Hoje apenas te desejo.
Minhas palavras não juram nem declaram.
Apenas te acariciam.
Brincam com a sua boca.
Dizem-te para mim.
(Fernanda Mello)
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Hoje, só hoje, eu deveria ter me dado um tempo. Um "'muito tempo' bem grande" para não me esquecer de mim. Antes de me sentir, me escutar. Ver que som que sai de mim (um agudo ou um grave?!). Preferia uma constante. Mas, bem.
Hoje eu não me escutei, escutei muito dos outros. E dos outros, sobre os outros. Acabei escutando o que deveria sair de mim, e não é o que sai.
Aquele som de saída e de uma conseqüente entrada retumbante.
Mas, infelizmente ainda não é hora.
A entrada vai ficar para mais tarde. O jantar vai começar mais tarde. A recepção vai ter que ser longa porque eu preciso de um "'muito tempo' bem grande" para me achar no meio dessa confusão, dessa multidão que fala, escutar àquelas que vozes me confundem.
Elas não sentem por mim. Elas trocam meus exageros por amor, paixão. E se paixão for fissura, vontade...bom, então economizemos palavras e usemos uma só. Tudo é uma grande paixão.
Elas me deturpam o tempo o todo, dizendo coisas que não sou, não sinto, não quero.
Eu ainda não quero eternidades. Ou "ainda nem vou querer nunca", com esse outro.
Eu escuto aquelas vozes que não me sentem, que dizem o que é inteligível mas pouco, muito pouco sensível.
E o que faço de mim, se não morrer de sentir? E sentir não é sinônimo para sofrer. É só sentir. Na mesma proporção o bom e o ruim(talvez mais o bom que o ruim), as estranhezas da vida.
E não reclamar.
Acho que ando escutando essas vozes porque reclamei. Reclamei da angústia de não ter com quem sentir.
Reclamei, porquê?
Sentir, a gente sente sozinho.
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Acontece que além do que eu sinto, por mim, sozinha EM MIM...
Acontece que eu também senti o dele. O cara dos braços...
Eu senti o egoísmo...e o resto dele.
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Estou farta dessas mesmas coisas, o de hoje.
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Chega.
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E que fique claro...
eu não amo, eu desejo.

24.7.06

Não ser: parecer.

Fiquei magoado, não por me teres mentido mas por não poder voltar a acreditar-te.
Nietzsche
Eu tive tantos medos, e tantas farças para contrapor. Tantos códigos para decifrar, uns mistérios já vendidos à realidade. Não é fácil, nada é fácil.
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Aquele cara, dos braços, do desejo, aquele cara, o que me parou veio me dizer mentiras hoje. Me pediu desculpas pelos erros passados e disse que é fraco, não consegue mudar. Aquele cara, querendo me enganar com aquelas palavras mansas, aquele sorrisinho que eu consigo ver por além da tela do computador. Eu vejo a ironia dele. A vontade dele é mesmo muito clara.
E acontece que essa vontade é muito pouco para mim.
Acontece também que eu tenho essa intensidade. Essa vontade louca de tudo. De ter e ser. De fazer, acontecer. De sentir tudo o que está no mundo. E nele. E em mim. E nos outros todos.
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Vontades não faltam num mundo de desejos.
Vontades nada são no mundo de mentiras.
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E acabou.

23.7.06

Ser.

" De que me adianta fugir ? Melhor seguir até encontrar As
coisas todas que eu tô afim.
Eu danço bem e não vou parar
De arriscar o melhor de
mim..."
(Marina Lima)
O recomeço pifou. Parou bem ali, no inicinho, naquele caminhozinho escuro de onde não se pode ver o que vai acontecer.
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Está lá, estragado. Bem paradinho, sem esperanças para seguir em frente.
Vá lá, cheque. Confirme. Meu recomeço ficou no começo.
Não era essa a intenção, mas aquele cara me parou. Me parou com aqueles braços que me cravam os desejos, com aquelas frases repetidas, com aquela voz que me faz falta de madrugada, com aquela esperança de fazer e acontecer de novo.
Foi ele que me parou, e ele é o assassino do meu recomeço. Daquilo que eu precisava, e preciso. Ainda preciso, oras! Claro que preciso! Mas não quero.
Quero ficar aqui, sentada, deitada. Parada. Quero parar e, quem sabe?!, só então vou poder começar.
(Re)começar?
Não quero a mesma história, eu quero um começo, um meio bem longo e um final feliz. A história não quer mudar. É aquele mesmo cara, dos braços que me envolveram, que me envolvem (em mente), que me despedaçam em pedaços miúdos de prazer, de lembrar.
Se fosse fácil, tudo bem. Mas cansa.(E como cansa...).
Pensar assim, sem viver.
Sentir assim, sem ter.
Pensar assim, sem ter.
Sentir assim, sem viver.
É bem difícil, e não compensa. (Pelo menos não agora.). E sabe aquela vontadezinha de saber o que vai acontecer? De saber se ainda vai acontecer? Se o cara dos braços e dos desejos, e dos prazeres, e dos cortes, e da falta, e da voz...Será que esse cara ainda vai acontecer em mim?
Eita, falta danada que faz essa sabedoria de viver os momentos!
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Ando precisada das exclamações da vida. Tão banal, tão mesmo o que eu vivo.
Preciso dele, para ser igual e fazer diferente.
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É isso.