19.8.06

Ser SONHO.

"Movidas a sentimentos, feitas de sonhos"
[Olga]
Antes de criticar, viver. E eu vivi. Eu li aqueles olhos e eles não me mentiram. Eu compreendi aquele sorriso de labirintos, eu entendi a (im)perfeição! Mas, para quê enganar o pressentimento de um coração marcado? Para quê ir contra a razão de uma mente real?
Pois eu vivi, sim! E não é um caso específico. É falar de uma vida, falando de você, dele e de mim. Uma vida que não se acabou e nem se fez, mas se repetiu. E as repetições são mesmo banais.
Meu sonho não acabou, adormeceu. Estremeceu. Quebrou. É certo que nunca mais será o mesmo, inocente e forte como foi, mas ainda será o que não sei. Sentir no concreto não é tão fácil e não dói menos. Não é perfeito e nem abstrato. Tudo muito certo, tudo muito claro, tudo muito SER, VIVER, FAZER, ESTAR. Transitório e fixo, antitético: assim mesmo.
"o eco do corpo
no próprio vento
pregado"
[Metamorfose - Cecília Meireles]
Uma mudança sem finalidade dita, mas totalmente necessária e de certa forma automática: não havia para onde fugir depois de tudo ter fechado todas as portas, janelas e frestas por onde a luz imaginativa pudesse entrar.
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Estar em corpo para você e não em alma e vida não me faz e, inegavelmente, não me felicita.
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O sonho estragou, o começo já não é e o final nem chegou.
(Eu já não espero de você, tampouco por você. Siga, ande, corra para contruir e demolir todas as ilusões do mundo e, no momento certo, veja a sua própria fundir-se em muito de nada. Eu nem quero assistir...)